PÁGINA EM BRANCO.
Há meus bons,
o mundo está
depravado,
há mais palavras
que sons,
palavra é cumê
para os olhos,
sons são para
da alma,
não sei por que
tanta solidão
nesta masmorra
chamada vida.
O que me fez feliz
foi o som
desconhecido,
que se fez tão parecido,
com cantiga de ninar,
mas que asneira meu
pensar,
não sei se rio, ou se choro,
e sem ruido,
a tarde se desfaz,
o vento leva flores de Ipê,
beija-flor leva o mel,
que mundo cão,
tantas coisas sucedendo
na mesma hora.
Mães e Pais
planejando os filhos,
moças ficando pra
titias,
a mulher do ônibus
afirma que açúcar
da diabetes,
outra mulher dizia
que bicho humano
é animal,
e que o homem é perigoso
bicho,
a menina da saia curta
sunga a saia
para aparecer o fundilho,
o homem do povo miúdo
roseta a mula,
em outras partes
alguém faz alguma
asneira,
eu agora mesmo,
inventei a maquina
de desinventar o
tédio,
peguei a Xícara
florida,
queria beber café com
flores,
nas flores se lê
amores,
em mim não se lê nada,
sou uma página em
branco,
que não faz parte
deste louco mundo.