A AUSÊNCIA DE DÚVIDAS

Não sei mais de mim e do mundo...

Perdi algumas referências e encontrei algumas outras numa névoa de incerteza

Que sei eu de qualquer coisa, quando tudo parece tão plural de significados e razões?

Que posso saber no meu vendaval de opções pouco atraentes?

Mas no fim só sobram aquelas mais simples

E nelas me apego

Como quem aperta um travesseiro depois de um pesadelo

Quem sou eu?

Adoraria responder... caso soubesse

Aliás tal pergunta se funde com outras mais cruciais...

Quem me fez?

Quanta pretensão... e quanta solidão nessas questões

Algo de plácido surgirá delas? Duvido...

No fim a dúvida se encerra em si, pois não busca a resposta

Busca um molde, um receptáculo

Onde se possa encaixar com folga e conforto uma idéia agradável

Onde se possa viver anos sem questionamentos

Uma eternidade de certezas

Ou algo mais sólido e real...

Um oceano calmo de não-perguntas, a ausência de dúvidas

A paz é a ausência de qualquer dúvida

E disso tenho certeza.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 29/08/2017
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