A AUSÊNCIA DE DÚVIDAS
Não sei mais de mim e do mundo...
Perdi algumas referências e encontrei algumas outras numa névoa de incerteza
Que sei eu de qualquer coisa, quando tudo parece tão plural de significados e razões?
Que posso saber no meu vendaval de opções pouco atraentes?
Mas no fim só sobram aquelas mais simples
E nelas me apego
Como quem aperta um travesseiro depois de um pesadelo
Quem sou eu?
Adoraria responder... caso soubesse
Aliás tal pergunta se funde com outras mais cruciais...
Quem me fez?
Quanta pretensão... e quanta solidão nessas questões
Algo de plácido surgirá delas? Duvido...
No fim a dúvida se encerra em si, pois não busca a resposta
Busca um molde, um receptáculo
Onde se possa encaixar com folga e conforto uma idéia agradável
Onde se possa viver anos sem questionamentos
Uma eternidade de certezas
Ou algo mais sólido e real...
Um oceano calmo de não-perguntas, a ausência de dúvidas
A paz é a ausência de qualquer dúvida
E disso tenho certeza.