Felicidade

Ainda latente me viste chegar/

Na esquina da luz/

Para abrilhantar um coração solitário/

Não eras de sangue/

Mas sempre me fostes familiar/

Teus cabelos negros/

Teu olhar humilde/

Na justa medida da palavra/

Tua solidão amiga me era/

Qualquer coisa como particular/

Nunca ousei perguntar/

Pois não entendia a origem desse mar/

A tua amizade sempre confortou o nosso lar/

Quando te exilaste/

Pelas impossibilidades naturais/

Fomos te visitar/

Mas o tempo, a distância e a lida diária/

Uniam-se para nos afastar/

No entanto, a consciência sempre foi justa/

E o pacto, com a minha mãe/

Que se formou ainda na juventude/

Nunca foi de se arrebentar/

Mas o que nunca se pode fugir/

É o sim, quando o imprevisto se apresenta/

Ele se veste de anjo pra nos chamar/

E tu, como muitos, obedientemente, não tivestes como negar/

Assim sendo você/

Sem hora ou lugar/

Numa noite sem luar/

Despediu-se da vida/

Aproveitou o silencio da madrugada/

Deixando apenas a saudade pra nos avisar/

Quando aqui cheguei tu estavas lá/

Imagino a alegria de compartilhar/

Hoje, no entanto, em minha casa/

Cada coração em seu momento/

Sente fazer morada/

A dor e as lágrimas/

Pela tristeza de tua falta/

Mas vou para sempre no coração guardar/

Como um tesouro/

Tua amizade sincera e o teu exemplo/

De mulher guerreira/

Homenagem