Encontro comigo.
Flutuando;
quero ir cada vez mais alto,
sem pressa, me permito subir.
Me faço uma prece:
me deixe assim.
Sigo flutuando,
e quanto mais me afasto
mais eu consigo me sentir.
Pairo no vazio do espaço,
me refaço.
E esse delírio me parece tão sensato;
os nós da minha mente
desatam,
me abraçam,
acariciam minha alma,
me pedem calma.
Flutuando;
braços abertos,
olhos fechados;
e o vento,
me beijando os lábios.
Me torno uma canção;
daquelas que arrepiam,
que nos fazem ansiar por ouvi-la outra vez;
me propago.
Simplesmente flutuando,
nada é tão leve,
quanto encontrar-me;
e quanto mais longe vou
mais nítida estou.
Sigo flutuando,
Seguro nas cordas invisíveis
de um balanço;
e estou tão segura aqui,
fora de mim.