CANTO AOS MEUS PARES
(O Poeta Mimoso suspira outra vez)
“Comprar afetos com rimas e climas
Contra as demandas do dia que oprime –
Culpo a má estrela em sonetos-
Crime de causa e discurso de empréstimo,
Canto aos covardes, meus pares.
Chegam cupinchas de tantos ‘rincões’
Corroborando com likes os meus mimos, meus anjinhos –
Confesso um quê de vaidade do frívolo
Como quem tem nessa glória de instantes
Coroa em louros e adornos.
Canto uns jardins, uns amores
Cheios de encantos de abstratos apelos.
Contaminar o meu dia com sonhos?
Curto demais!Dar uns tratos no susto que é esse aqui,
Cúmulo em cinza e rigor de tirano.
Conto os conflitos no canto –
Cumpre dar voz às feridas, que a cura
Chegue em resposta ao meu grito.
Culpo a má estrela em soneto, meu crime
Cala o opressor mas acena a quem gosta.”
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