CANTO AOS MEUS PARES
(O Poeta Mimoso suspira outra vez)


    “Comprar afetos com rimas e climas
    Contra as demandas do dia que oprime –
          Culpo a má estrela em sonetos-
Crime de causa e discurso de empréstimo,
    Canto aos covardes, meus pares.
 
    Chegam cupinchas de tantos ‘rincões’
Corroborando com likes os meus mimos, meus anjinhos –
    Confesso um quê de vaidade do frívolo
    Como quem tem nessa glória de instantes
          Coroa em louros e adornos.
 
          Canto uns jardins, uns amores
    Cheios de encantos de abstratos apelos.
    Contaminar o meu dia com sonhos?
Curto demais!Dar uns tratos no susto que é esse aqui,
    Cúmulo em cinza e rigor de tirano.
 
          Conto os conflitos no canto –
    Cumpre dar voz às feridas, que a cura
          Chegue em resposta ao meu grito.
    Culpo a má estrela em soneto, meu crime
    Cala o opressor mas acena a quem gosta.”
 

 
.

 
Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 28/08/2017
Reeditado em 28/08/2017
Código do texto: T6097115
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.