Luz Maria era cinza
Das chamas de um amor
Que nunca existiu.
Por Deus, em Seu Nome,
Luz até jurou.
E de seus lábios nunca beijados
As pronúncias de saudade
Que seu coração não conhecia.
Apenas o espelho lhe mostrava
O triste semblante da sua dor.
Falsas promessas bailavam
Nas entrelinhas.
Uma solidão cansada dos outros
Que não lhe davam razão.
Os olhos votados para dentro
De uma alma egoísta
Que às vistas do destino
Criava sonhos somente para si.
E entre tantos desalentos
Ainda o tempo para ser
O inimigo do querer.
Ah, que sombra do passado
Acompanha o corpo desolado?
A voz não cala, e a fala cega
Revela o abismo que criou,
Quando pediu o amor
E o próprio amor se negou...