A PODRE MANHÃ
Não me pergunte que horas são
em que dia estamos
não sei
não saberei nunca
o que se arma
sob as igrejas
em forma
de fúnebre mediocridade
Quando as hordas punk
invadirem o céu
decretarão as trevas no teu pulso
e envergarás as fantasias
do anjo demente
vociferando no túmulo do apocalipse
Era tão imaturo
que não sabia ser criança
e na confluência das impossibilidades
calou-se
como se cala o ontem
no piscar equatorial
A podre manhã
veio acordar o homem
que ouvia o rumor
dos que se foram
do baile que nunca terminou
A verdade
é que somos apenas homens
todos
quando o tempo despetalar os valores
e só os bons ficarem
dormiremos o sono
que regula nosso espaço previsto
de nenhum de nós
será retirada algum dia
a data da verdade