Divagação
De tudo desejável na vida,
As tantas coisas sabidas, às margens se fica.
O fim sempre desconhecido, no entanto
Deseja-se apenas mais desse enquanto...
Assim se pensa.
A vida é o desejo apenas, nem coisa mais simples ou densa,
Tampouco se vive.
Ainda que extensa, intensa, e que vasta se expanda e se engrandeça de graça e riqueza, a vida é vaidade;
A vida é vaidosa. É vã!
Valiosa? é verdade.
Diga a esperança que nos invade a cada nascer do sol.
Sim, a esperança!
Amanhece a vida como criança e adormece não em velhice, mas na vertigem do que não saber.
Pura vaidade, nem a sabedoria pode salvar-se!
Sábia é a morte!
Que tudo encerra, tudo pode, a todos cobra
E a ninguém socorre.
Tudo se curva a seu breve chamado
Sublime, como assombroso e claro.
Presente iminente que se recebe na concepção.
Sem dia marcado,
Porém surpreendente e exato!
Um estratagema matemático
Neste mundo conturbado...
Todos são vítimas de sua lança!
Seu gume a todos alcança
Irreversivelmente e sem distinção.
Empedernidamente
O caminho consequente de toda criação.