da pedra, duas mãos
é poesia madura
lítera, quase oblíqua
ganha moldura
se bela e compostura
já a minha, borrou
parede abaixo e,
ao tocar o chão
rodopiou como peão
é poesia madura
que não despreza escadas,
luz, taças ou tinto
já a minha,
vira sapata nas calçadas
e da pedra, duas mãos
é poesia madura,
métrica, rima dos atores
teatro das flores
já aminha, das sombras
dos homens, dos amores