Desvelar

Não desvele o véu da minha alma

velada eternamente pelo poema épico

cortejada constantemente pela lágrima única

aplaudida diariamente pela saudade última.

Não desvele o véu da minha alma

vinhas de lavras quentes que me incendeiam

liras inéditas que escrevem meus prantos

palavras inertes que traduzem o meu mundo.

Não desvele o véu da minha alma

para que o poema alado nunca morra

para que anjos e demônios nunca briguem

para que a paz nunca perca o riso.

.

Não desvele o véu da minha alma

recôndito pleno de indomável paixão

fonte térmica de gélida solidão

amor escondido sob as chaves da ilusão.

Giovani Ribeiro Alves
Enviado por Giovani Ribeiro Alves em 26/08/2017
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