Desvelar
Não desvele o véu da minha alma
velada eternamente pelo poema épico
cortejada constantemente pela lágrima única
aplaudida diariamente pela saudade última.
Não desvele o véu da minha alma
vinhas de lavras quentes que me incendeiam
liras inéditas que escrevem meus prantos
palavras inertes que traduzem o meu mundo.
Não desvele o véu da minha alma
para que o poema alado nunca morra
para que anjos e demônios nunca briguem
para que a paz nunca perca o riso.
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Não desvele o véu da minha alma
recôndito pleno de indomável paixão
fonte térmica de gélida solidão
amor escondido sob as chaves da ilusão.