Quando eu escrevia com todo meu amor,        

havia em cada linha uma vontade.
Havia uma fome de tudo!

De estradas e de amanhãs.
O meu tempo livre, parecia sempre pouco
Pra que eu encontrasse nas estrelas,
Um indecifrável prazer em voar
sem rumo, só para lhe encontrar.
Desses mágicos prazeres que quem ama,
No anseio, antecipa
um instante desconhecido,
Já imaginando uma lendária felicidade.
A minha alma fugia daqui feito as marés
apressadas em alvoroço.
Escrever? As minhas letras
deslisavam sobre o papel,
querendo dizer o tanto quanto eu sentia,
Sempre querendo presentear o meu amor
com o poema que eu nunca fiz,
querendo alimentá-lo só de poesia.
Quando eu escrevia com amor...
Até nas minhas leituras
havia uma interpretação mais sentida.
Tinha um jeito diferente o que eu escrevia,
Tinha graça e fantasia.
Não havia dentro de mim, sequer,
Um poema decadente.
Tudo em minha alma se conduzia
com meiguice e muita ternura.
Era um sentimento que mexia com tudo
aqui por dentro. No meio da escuridão,
àquele amor era a minha luz incandescente.
 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 25/08/2017
Reeditado em 26/08/2017
Código do texto: T6095166
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