Constância, constância, quem te feriste?
A mão direita descansa da labuta diária,
enquanto livre gira afaga a outra cansada.
Minhas mãos estão cansadas de acordar palavras,
sabem que nesse mal tempo ser constante é espera.
Em silêncio de soldado na emboscada,
minhas mãos juram eterna discordância.
Constância, constância, quem te feriste?
Sois o nome da alma sóbria, o grifo do autor,
nanquim em mar profundo.
Pede, nada garante, não oferece muito.
Espera, espera.
A mão calada sobre a que escreve é olhar de querubim para dentro de si.
Constância, constância, somos órfãos no universo.
Sois brilho de estrela mínima, no papel sou o apreço da composição.
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Baltazar