Constância, constância, quem te feriste?

A mão direita descansa da labuta diária,

enquanto livre gira afaga a outra cansada.

Minhas mãos estão cansadas de acordar palavras,

sabem que nesse mal tempo ser constante é espera.

Em silêncio de soldado na emboscada,

minhas mãos juram eterna discordância.

Constância, constância, quem te feriste?

Sois o nome da alma sóbria, o grifo do autor,

nanquim em mar profundo.

Pede, nada garante, não oferece muito.

Espera, espera.

A mão calada sobre a que escreve é olhar de querubim para dentro de si.

Constância, constância, somos órfãos no universo.

Sois brilho de estrela mínima, no papel sou o apreço da composição.

*

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Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 25/08/2017
Reeditado em 23/01/2018
Código do texto: T6094733
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