Exauriu-se o Fluido Vital

Um olhar taciturno pousa trêmulo,

sobre a represa já vazia

Exauriu-se o fluido vital,

refrescante , revitalizador

Que tão bem os alimentava,

os revigorava, e os supria

Agora ,o beijo mui terno,

na face canela,

mui tenra, macia

É consolo que não mais sacia

No mormurejar de palavras entrecortadas

em sonhos, surgem na fronte vincada,

bagas suculentas de água da vida

Que os lábios desejosos, ansiosos,

aos quantos sorvia

A ansiedade os devora em mais um cálido dia

enquanto esperam a chuva anunciada por essas paragens

Pelos sulcantes sopros dos ventos,

olhares dardejam aos campos azuis

Inquietos, suplicantes e atentos

Olham agora estupefatos,

mais uma carcaça de gado

que engolfa-se sobre a lama,

parecendo ainda mais sedento

No que outrora se contorcia,

num majestoso, implacável, generoso

No que outrora seria, aguaceiro impetuoso,

voraz rebento.

davicartes@gmail.com

poesiasegirassois.blogspot.com

Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 16/08/2007
Reeditado em 17/08/2007
Código do texto: T609410
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