Imensidão de Por quês
Por que sentir frio
Se puder aquecer o corpo
Por que o inverno
Se logo terei o verão
Por que admirar as folhas
Ter-se-ei belos frutos
Por que contentar-me com pouco
Se poderei ter tudo
Por que esperar tempestade
Se a chuva não vai cair
Desejo ficar
Não quero ir
Por que me esconder
Se quero correr
Por que fugir
Se minha alegria mora aqui
Por que chorar
Se a magia está no gargalhar
Por que pensar em amor
Se o que move é a paixão
Por que lembrar da tristeza ou solidão.
Por que um amor platônico
Se a beleza destoa
O romantismo não se desfaz
Nem deixa de ser harmônico
Por que um amor previnido
Se cultivo o improviso
Evita-se chorar
E consigo a lágrima espantar
Por que um amor vaidoso
Se a humildade transforma
O carinho embeleza
E a pureza transborda sutileza
Engrandece o plebeu que se fez realeza
Por que um amor silencioso
Mesmo que perigoso
Por que calar
Quer-se esperniar
Não mais soluçar
Nessa imensidão dos "Por quês"
Na incerteza dos "Talvez"
Na condicionalidade do "Se"
Na dúvida dos "Será"
Porém, na certeza
Que ainda irei conquistar
A liberdade de gritar
Este louco desejo de te amar