A morte

De tanta poesia perdida,

Cansei de tentar... Tentar...

Tentar poetizar e sempre morrer poeta,

Fracassar.

Sem casa pra deixar,

Sem cachorro, gato ou Quatí pra me despedir eu vou

Inconvencionalmente me despeço de todos.

Doem tudo e recontem nossas lembranças,

Eu vou...

Sem direção

Como maré vazante,

Como flor solta, murchando.

Vou sem jóias frias, mortes quentes...

O fim seria assim?

Ficam os fios de meu cabelo solto na água, na rua de baixo

E em varandas de Londrina.

Toquem gentilmente meu corpo, seco, liso...

Num último suspiro...

Izandra Varela
Enviado por Izandra Varela em 24/08/2017
Reeditado em 24/08/2017
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