dos humores
o mundo está ai
doa a quem doer,
sol e lua numa dança
de desencontros, doa
a quem doer pois a vida
está ai com seu socos
e pontapés, com sua
indiferença feita na
constância e com sua
carícia festiva.
não são esses olhos
que te percebem,
nem essas mãos que
te tocam, nem esse
ouvindo que te ouve,
estou falando dos rios
sem rumo, das pedras
suspensa nas peles do
tempo, falo das estrelas
que dança no quintal
de casa, do ronco estridente
dessa jornada, quanto ao
resto, estão ai, doa a quem
doer