A AUSÊNCIA
Murmuro uma canção
Que não consola
Às margens de pesares e de urgência
Além de nós, sem lágrima
Como se sábia fosse
E não tão tola. Procura, em rio de afogados,
Rumor das águas todas, fados –
Esgoto do querer em fel tornadas
Até onde lhe toque
A ausência – turva
O que a manhã não recupera
‘Qualquer que seja o amor que a conhecera’
Responde o rio,
Em múrmuro e impaciência,
Uns corpos que não se ensacola.
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