Meus Fantasmas
Acordo a noite, assustado.
Não vejo fantasmas,
Mas percebo-os
Pelas frestas da minha vida
Espiando-me, bisbilhotando-me.
Meus fantasmas confundem-me:
Às vezes penso que não existem;
Outras, penso que me espreitam,
E noutras, acho que sou eu mesmo.
E, neste caso, assusto-me...
Meus fantasmas não são bons
Mas também, não são maus.
São apenas fantasmas,
Espectros de alguma coisa,
Reflexos mal definidos,
Descabido, assim, bondade,
Crueldade ou malefícios.
Meus fantasmas não são reais,
Mas existem enquanto eu viver.
Projetam-se para mim
Dos confins da nebulosa parte
Da minha alma penada...