Cobramos mudanças, sem mudarmos,
Cobramos amor, sem amarmos,
Cobramos o que temos
E não doamos.
Nós não somos humanos.
Cremos nos valores
Abaixo dos verdadeiros valores,
Os homens tarifados,
Os homens carimbados,
Os homens chancelados.
Nada se leva nesse compasso,
A passagem é estreita,
Do outro lado não tem jargão,
Nada será de ninguém,
Além de um crivo na alma.
Aonde está o passarinho
Que cantava sozinho no ninho
Com saudade daquela flor?
Morreu entre os espinhos
Que acreditava
Que eram amor...
Afora as contas matemáticas
E a evolução das turbinas dos aviões,
Mesmo assim aquém do consumo de combustível,
O homem passa perto da mulher bonita
E ainda faz um breve elogio.
Mário Sérgio de Souza Andrade - 22/08/2017