PELA SANTA PACIÊNCIA E NA MESMA MEDIDA

Tudo que é muito bom

Pode ser muito mau também

Aquilo que já foi frio

Pode estar sendo lhe servido aquecido

O que é infinitamente branco

Pode agora nesse momento só estar encardido

O que era há mil anos vivo

Na certa há muito já deva ter morrido

O que era assim tão opaco

Hoje pode estar nos parecendo colorido...

Na vida o que temos na verdade

São meras dicotomias antagônicas

Mas que uma reafirma a outra

Senão nenhuma das duas existiria

Não cabe o Branco se o Negro não existir

Não cabe a Lua se o Sol não luzir

Não cabe vir a se odiar

Sem antes se ter muito amado

Não pode se achar o que simplesmente ainda não foi perdido...

Hão os dias precedentes que são das noites

Um verão existirá pra secar o frio do inverno

Temos um Céu de infinitos

E o terror do Inferno

De marginais noites

Sempre as mesmas coisas podem

Ser causa de alegrias e de nossos açoites...

Não vamos nos furtar de ter

Pelo irmão do lado complacência

Não ache que todo mal está enraizado

Pois ele não vem de nascença

Foi em algum momento ali plantado

E se agirmos com resiliência

Pode nunca mais ser extirpado

Pois se não semearmos amor em volta

Nem com a tal “santa paciência”...

21.08.2017

Arqueirorj
Enviado por Arqueirorj em 21/08/2017
Código do texto: T6090773
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