Mambembe
Numa praça,
até mesmo sem graça,
um flautista tocava Ravel;
uma esperança...
jogava uma moeda na fonte;
um escultor...
malhava o cinzel;
um insensato...
fazia artesanato,
enchendo a namorada de cores;
um pintor...
borrava na tela,
uma ceia, à luz de vela;
um leitor absorto,
lia um livro a direito...
e a torto,
como se tivesse...
em um ponto,
se encontrado em um conto;
um acrobata...
em compasso,
como se fosse um palhaço,
fazia uma criança sorrir;
não sei como vai acabar,
nem há como eu me lembre,
como começou o tal mambembe