Mambembe

Numa praça,

até mesmo sem graça,

um flautista tocava Ravel;

uma esperança...

jogava uma moeda na fonte;

um escultor...

malhava o cinzel;

um insensato...

fazia artesanato,

enchendo a namorada de cores;

um pintor...

borrava na tela,

uma ceia, à luz de vela;

um leitor absorto,

lia um livro a direito...

e a torto,

como se tivesse...

em um ponto,

se encontrado em um conto;

um acrobata...

em compasso,

como se fosse um palhaço,

fazia uma criança sorrir;

não sei como vai acabar,

nem há como eu me lembre,

como começou o tal mambembe

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 21/08/2017
Reeditado em 22/08/2017
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