Selvagens

Nossos corpos se entreolharam,

Num instante te traguei em silêncio,

Bebi do teu desejo

E me satisfiz com tua carne.

Fomos nós por um momento,

Mas os corpos se dilatavam

A vontade de estar em ti

Devorava-me por dentro.

Tive-te por um instante,

Mas os corpos se envolveram

Possuíram-se sem segredos ou medos

Com vontades, sem vaidades.

Nossos corpos se perderam de quem somos

A voracidade da insensatez

Despiu-nos sem nenhum pudor,

Sem constrangimentos, sem receios...

Procuramos vaidades,

Inverdades

Deleitamo-nos em nossas vontades

Surpreendemo-nos com nossos desejos,

Segredos

Despertamos de nossa insana realidade...

O desejo voraz de nos pertencermos,

As vaidades da satisfação carnal

Os sins, as pausas, os nãos

Tudo e nada ao mesmo tempo...

Apenas a vontade de um estar no outro

De ambos se pertencerem

Da vontade e satisfação do gozo

Cheios do tormento que é querer

E não ter...

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 20/08/2017
Código do texto: T6090078
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