Falso brilho





Era fácil pronunciar sem citar a verdadeira palavra,
Mais fácil ainda era escrever quando ninguém mais percebia.
Havia um gosto de despedida em cada poema
e uma vontade de deixar ao chão,
os sonhos, desnudos e continuar a viagem.
A distância da mão até o papel era acentuada
enquanto a alma insistia em abrir a mesma porta
com a velha chave, errada.
Não era mar, não era montanha, o que fizeram com a estrada,
Se não era chegado o seu final, onde estava a saída?
A visão sobre ela, agora era diferente.
Enorme como nunca, banhando de desilusão,
qualquer sensação de liberdade.
À espreita sempre haverá uma palavra chave
observando a angústia de cada letra, 
querendo juntar-se à experiência de algumas
letras vivas, para frágeis, não morrerem sufocadas.
Era a lua do tempo, uma grande parte dela,
por castigo, havia sido consumida, mantendo o mesmo brilho.
Falso brilho, fechando todas as passagens
daquela mulher decepcionada,
que agora triste olhava a lua, não em sua plenitude.
Assim como a sua vida, a lua agora era fatiada.
Enquanto as verdadeiras palavras estavam soterradas,
Não era a mesma lua, não havia tempo,
não havia mais nada.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 19/08/2017
Reeditado em 21/08/2017
Código do texto: T6089039
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