Sorte

Lê a palma da minha mão

Mas leia somente as ilusões

Pois estou farto das verdades

Lê na borra de café minha sina

Mas não me diga da rotina

Pois estou cansado das seis da manhã

Lê nas cartas sobre o amor

Mas não adivinhe meu destino

Estou gasto de notícias sangrentas

Lê nos búzios sobre minhas alegrias

Mas não quero saber das obrigações

Estou surrado há tempos pelos santos

Lê minha íris que tanto sonha

Mas não fale da minha escuridão

Estou corroído pelo vento norte

Mas se puder, e peço que possa

Que apenas me abrace se por favor

Ás vezes de nada necessito

Nem de azar nem de sorte

Milton Oliveira

09agosto/2017

milton antonios
Enviado por milton antonios em 15/08/2017
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