Sorte
Lê a palma da minha mão
Mas leia somente as ilusões
Pois estou farto das verdades
Lê na borra de café minha sina
Mas não me diga da rotina
Pois estou cansado das seis da manhã
Lê nas cartas sobre o amor
Mas não adivinhe meu destino
Estou gasto de notícias sangrentas
Lê nos búzios sobre minhas alegrias
Mas não quero saber das obrigações
Estou surrado há tempos pelos santos
Lê minha íris que tanto sonha
Mas não fale da minha escuridão
Estou corroído pelo vento norte
Mas se puder, e peço que possa
Que apenas me abrace se por favor
Ás vezes de nada necessito
Nem de azar nem de sorte
Milton Oliveira
09agosto/2017