Celeste
Do lado de fora a brisa parada
Cheiro de rosa penetrando até os ossos
A vela não derrete aqui
E o Espírito preenche o corpo vazio
Lá do alto alguém desce feito relâmpago
Meu castiçal treme de temor
Balança a Palavra sob meus olhos
Minhas lágrimas escorrem pelo chão e atingem o Mar
Tenho a boca cheia de formigas: elas não deixam orar!
Entretanto as nuvens se abriram
E uma voz forte me arrepende
Deixo minha maleta aberta
Voam papéis assinados com letras de homens
Entro nu no vazio do tempo.