Inválida mão, pés decepados, rugir
Inválida mão, pés decepados, rugir
estomacal, preguiça de ser qualquer
um
porque na beira do precipício o
grunhido é o meu coração.
Irmã bondosa despetalou o rio
em mim. Preciso de terra para
tacar meu sono de quem percebe
o chiar das horas carnívoras sem
as presas para me açoitarem
comprimidas no farfalhar do
passado, agora em prantos segurando
dedos pavorosos na invalidez
do tato.
Buracos à vista. Já escrevo tudo
errado para não ter que te mostrar.
Depois da correnteza vem o sal
da bonança.
Já não posso te poupar
porque no vácuo eu me esgarço
e vacilo na preguiça de qualquer
pincelada desbotada do futuro.
Tento me fisgar. O gosto me persegue
à tarde, e à noite, no canto do
quarto, a fera palita os dentes.