Inválida mão, pés decepados, rugir

Inválida mão, pés decepados, rugir

estomacal, preguiça de ser qualquer

um

porque na beira do precipício o

grunhido é o meu coração.

Irmã bondosa despetalou o rio

em mim. Preciso de terra para

tacar meu sono de quem percebe

o chiar das horas carnívoras sem

as presas para me açoitarem

comprimidas no farfalhar do

passado, agora em prantos segurando

dedos pavorosos na invalidez

do tato.

Buracos à vista. Já escrevo tudo

errado para não ter que te mostrar.

Depois da correnteza vem o sal

da bonança.

Já não posso te poupar

porque no vácuo eu me esgarço

e vacilo na preguiça de qualquer

pincelada desbotada do futuro.

Tento me fisgar. O gosto me persegue

à tarde, e à noite, no canto do

quarto, a fera palita os dentes.

André SS
Enviado por André SS em 15/08/2017
Código do texto: T6084417
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