Pra você eu me fiz.
Pra você eu me fiz.
Pra você eu me fiz de mil maneiras que nem eu me via em você.
Pra você eu me fiz em raios, relâmpagos, trovoes e fui tempestade,
Querendo eu ser mais do que me pedia ser, avalanches e turbilhões de emoções derramaram-se sobre nós e não entendia que você só queria mesmo estar ali bem pertinho de mim, eu te repelia acreditando ser força que nos movia me fez tormenta sem saber que meu ser era calmaria um remanso desta ilha que ainda sou.
Pra você eu me fiz fera sozinha sem bela para domar toda ira que perdido nos turvos pensamentos da incerteza de te ter aqui não entendi que você só queria estar ali bem pertinho de mim vivendo toda nossa intimidade que só você sabia entender meus desejos e meus anseios sempre de braços abertos seu colo ofertava.
Pra você me deixei perder no medo de te perder mesmo vendo você se afastar não soube te trazer de volta e sem saber que você nunca quis partir, mas partiu para que eu me reencontrasse na sua ausência, meu egoísmo me deixou a deriva no mar turvo de incertezas, desesperanças e medo, acreditando que a dor era só minha.
Não percebi que você sofria ainda mais por ter que ser em nós a razão para nós, eu não via sua fragilidade em ser forte por nós e que só queria estar ali pertinho de mim sem ter que ser a razão, mas queria que fossemos dois em um coração te repelia por vaidade de ser alfa esqueci que dois elementos quando se completam e se fundem formam uma nova vida ainda mais forte.
Pra você eu me fiz em raios, relâmpagos, trovões e fui tempestade em manhãs cinza do castanho dos seus olhos você olhava as tardes turvas em que já não mais aqui estava e o que queria era só esta ali pertinho de mim, mas você teve que partir para que eu me reencontrasse na sua ausência, te culpava pela tormenta e solidão dos lábios secos dos seus beijos e do corpo frio sem seus abraços.
Pra você eu me fiz dor e você doeu ainda mais no querer só estar ali pertinho de mim sem poder mais dizer o que mais queria distante dos meus ouvidos sua voz não ecoava em melodias que antes me encantava o seu falar sereno desesperei em ver que o silencio gritante da sua falta ensurdecia ainda mais o meu ser.
Pra você eu me refiz em calmaria navegante de águas tranqüilas do remanso rio da vida que ainda temos por viver.
Do silencio ensurdecedor da falta que me fazia entendi que o que faltava eram os momentos em que nos ouvíamos e nos entendíamos no olhar, das palavras que afagava o coração e que nos amávamos muito mais.
Da intimidade de um abraço ora fraterno acolhedor em que nos vinha à certeza que éramos completos, na essência que nos tornara um só elemento e isto nos transcendia a carne e nos levava até o ápice de nossa própria forma de sermos nós mesmos e nossas almas se encontravam na plenitude do sentimento maior que nos fazia únicos.
Pra mim e por mim você não desistiu do que somos e ainda seremos e na serenidade de sua sabedoria me pegou pelas mãos caminhando juntos na tempestade, mostrou o que eu não entendia que você só queria estar ali pertinho de mim.
De menino imaturo me deu seu colo acalmou a fera e outra vez me ensinou a ser eu, quase tudo que eu agora consigo ver é por que você mesmo triste, magoada não deixou de lutar por nós.
Pra você eu me fiz ser...
Mauricio Claudio
artc