Pássaro triste
            Prosa
 
 

 
Ouço à janela, o que escondo, o que não posso calar.
Um canto desses, que num canto, algo em mim desperta.
Preciso sair, não quero esse tormento,
deixo as paredes sem entender o que comigo se passa.
Penso nos anseios percorrendo a minha alma.
O que fazer se não posso falar?

Viajo num tempo, que de nós, nada mais fala... Penso nele, penso muito sem me cansar. Por onde quer que vá, o seu canto vai me acompanhar.
Cante, insista em seu apelo! No fundo gosto de ouvir a sua queixa
que a minha queixa cala. Do que reclama?  A minha dor, só eu conheço.
O seu canto instigante combina com os galhos secos,
que choram com saudade dos ventos que foram esperança.
A sua tristeza combina com a ausência de sol... Combina, com a falta de cor na tarde, com a falta de amor e com as minhas lembranças.
Dessas coisas  que não consigo explicar, e nem mereço. Por mais que eu fuja, não consigo deixar de admirá-lo  lindo assim cantando sozinho!
Pássaro triste, arrume um jeito de ser feliz, nessa vida bela,
e tão mágica, feita para além dos sonhos,
Fujo do amor e com amor lhe escuto... Continuarei o meu caminho.




Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 14/08/2017
Código do texto: T6083659
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