SEM DOM
SEM DOM
Queria ter o dom
De dar o tom à poesia
Mas não sou Tom
Não soo nem sou
Poeta de rios
Talvez de frios
Versos diversos
Que se espraiam sem praia
Sem areias quentes
Apenas fluem
Como águas passadas
Em lugar inóspito
Longe de inspirar
Sem transpirar
Sol de lampejos
Repletos de desejos
Fruto de despejos
De alma errante
Por vezes arrogante
Querendo primas obras
Mas apenas manobras
Sem densidade
Inundam a brancura
De folhas e telas
Borrando-as de negras
Palavras sem sentido
Dando abrigo
A alma controversa
Que versa inutilidades
Em profusão diversa