SEM DOM

SEM DOM

Queria ter o dom

De dar o tom à poesia

Mas não sou Tom

Não soo nem sou

Poeta de rios

Talvez de frios

Versos diversos

Que se espraiam sem praia

Sem areias quentes

Apenas fluem

Como águas passadas

Em lugar inóspito

Longe de inspirar

Sem transpirar

Sol de lampejos

Repletos de desejos

Fruto de despejos

De alma errante

Por vezes arrogante

Querendo primas obras

Mas apenas manobras

Sem densidade

Inundam a brancura

De folhas e telas

Borrando-as de negras

Palavras sem sentido

Dando abrigo

A alma controversa

Que versa inutilidades

Em profusão diversa

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 14/08/2017
Reeditado em 14/08/2017
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