O Bem-Te-Vi

O inverno congelou as asas do bem-te-vi

Antes eram tão ágeis, agora são tão frágeis

Foram numerosas e sucessivas ondas de friagem

Quisera ele pudesse voar e escapar dali

Coragem, bem-te-vi, recolha-se no seu ninho

Logo esse frio quase polar ao morno Sol cederá

E você alegremente poderá voltar a trinar

Até lá tente suportar como todo sábio passarinho

Pense na gama de flores que dormem em sementes

Que explodirão em cores quando a geada se for

Pense no sereno que molha, mas conserva seu frescor

Como os amores que teimam em viver latentes

E se o desânimo surgir, tente alcançar a árvore mais alta

O medo dissipará quando seu canto reverberar

Galhos secos também fazem a fogueira queimar

Meu conselho é ocupar-se que então a alegria voltará.