ossos
antes e depois,
dois lados de uma montanha:
o silêncio, sempre ele
a se esconder entre as pedras,
seus pé não pisam esse
chao da meia noite, nem
o assoalho que voa com as gaivotas,
batemos sempre no mesmo relógio.
na hora do almoço, tua cadeira
está fazia, o teu lado da mesa
é feito de vazios, vazios de todas
as horas, o chão onde outrora
teus pés pisaram, outros pés estão
agora, nem o riso mal dormido, o
mal humor das momentos vagos, nem
as tuas mãos, que tantas vezes
conversaram com meu dorso, o tempo
se encarrega desses coisas, conversamos
com o que temos, essa saudade que me
doem os ossos