ossos

antes e depois,

dois lados de uma montanha:

o silêncio, sempre ele

a se esconder entre as pedras,

seus pé não pisam esse

chao da meia noite, nem

o assoalho que voa com as gaivotas,

batemos sempre no mesmo relógio.

na hora do almoço, tua cadeira

está fazia, o teu lado da mesa

é feito de vazios, vazios de todas

as horas, o chão onde outrora

teus pés pisaram, outros pés estão

agora, nem o riso mal dormido, o

mal humor das momentos vagos, nem

as tuas mãos, que tantas vezes

conversaram com meu dorso, o tempo

se encarrega desses coisas, conversamos

com o que temos, essa saudade que me

doem os ossos

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 13/08/2017
Reeditado em 13/08/2017
Código do texto: T6082903
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