POR TRÁS DAS CORTINAS
POESIA CONSAGRADA AO DIA DOS PAIS.
Lembro-me que no palco de tua vida,
Eu ainda menino ou adolescente
Te tinha na minha mente
Como um fator de produção
Esperando comida na mesa
Nem pensar faltar o pão
Esquecendo vez por outra
Tuas lágrimas e aflição.
Era a mamãe que ensinava
Dos deveres da escola e da casa
E meu ego egoísta não sublinhava
Que tu não estava porque trabalhava.
E tu ó pai querido
Por trás das cortinas do palco
Era a sustentação desse marco
sofrendo ou chorando calado.
Era o anjo da guarda da mamãe,
Que nas tuas confidências na cama
A ela orientava como cuidar das crianças.
E dizia com olhos fixantes
Com esse “ aja assim”
Com aquele “aja assado”
Pois a faculdade da vida
Muito lhe tinha ensinado.
Assim em versos componho
Na falta do teu abraço
Como diretor de um filme
A comandar nossos passos.
Essa é a “sina” do pai
Que quer ver um mundo sem dó
Não te importa aparecer
Ele só quer o melhor,
Pra seus filhos não sofrerem
Da vida o lado pior.
Pai! Grande mestre conselheiro,
Trabalhador homem trigueiro
Que por trás das cortinas do palco
Consegue esconder seus segredos
Que é amar sem importar
Com a luta de seus próprios medos.
Quero dizer-te nesse dia
Que hoje também sendo pai
Amamos por trás das cortinas,
Nada não importa jamais.
Te amo muito meu pai
E que graças pude dizer-te
Mesmo sem poder me ouvir
Há muito foi teu cortejo,
Tenho guardado como tesouro
O que muitos guarda tão pouco,
Teus conselhos e tua índole,
Como um grande véio de ouro.
ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
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13/08/2017