Poesia antiga para um mundo antigo

De mão em mão o copo passa embaçado

Pela fumaça seca e insatisfeita.

Quem sabe o que será de mim?

E de nós solúveis dentro da noite?

Asneiras demais, bobagens infantis no sofá;

A TV anda tão "down"!

Segredos velhos na soleira.

Falam alto quase em overdose,

Um globo querendo retirar nossos crânios e

Bochechas avermelhadas, e eu me deito mais

Insano e sério.

O cara com seu capacete roxo e guitarra

Nas mãos é o programa mais natural da galera!

O cara faz seu concerto musical em segundos

De frenéticas gargalhadas;

A parede é quem me segura depois do

Quarto de garrafas e de um colchão surrado;

Uma boca quer se fechar mas não pode, a garganta

Inferniza o pequeno quarto.

Álcool e maconha são o incenso da

Sala, cozinha suja, corredor, e de corpos

Esquálidos amanhecendo – empolgados e hesitantes;

Cabeludos malucos com selvagens viciados fazendo

"peso" na esteira filha da puta que mata

Belos e belas, artistas e fadas!

Quem nos entende? E o mais sacana:

Quem quer nos entender?

Por enquanto continuamos descendo pelas

Ruas da cidade perdidos – e você ri;

Perdidos na ventura que temos, mendigando

Por ouvidos e ambições sensoriais!

André SS
Enviado por André SS em 13/08/2017
Código do texto: T6082483
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.