Quatro crianças

Todos passam por aqui,

Todos os monstros mesquinhos e frios.

A fumaça traz tudo! Tudo! Tudo!

E nada!

E lá na casa pintada com

Folhas de laranjeira

As quatro crianças brincam

Embaixo da mesa,

Elas se divertem com o mundo

Que não conhecem -

O mundo que enquanto isso

Gira frio.

A carne dos homens vai apodrecendo;

As águas da piscina vão secando e

Elas dão lugar para o arquejo demente!

Para o desespero vão;

Pálido olhar e sangue na amplidão, e

As quatro crianças brincam

Embaixo da mesa,

Elas se divertem com o mundo

Que não conhecem.

Gargalhadas incessantes inflamadas

Pelo ar infante; esperançosos espelhos

Divinos arregalados que estão se frutificando

(tomara que não estraguem-se, já temos

Muitos).

A chuva cai, os raios caem, a lágrima

Cai, e

As quatro crianças brincam

Embaixo da mesa,

Elas se divertem com o mundo

Que não conhecem.

O Sol já estoura,

Nas frontes todo o deleite

Se estende tocando o amanhã!

Mas na sessão vemos o

Lúgubre perto das estrelas

Tépidas, e

As quatro crianças brincam

Embaixo da mesa,

Elas se divertem com o mundo

Que ainda não conhecem -

O mundo que enquanto isso

Gira frio...

Frio...

Frio...

Frio...

André SS
Enviado por André SS em 13/08/2017
Reeditado em 08/05/2018
Código do texto: T6082476
Classificação de conteúdo: seguro
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