ANDARILHO

Subindo os montes, descendo as serras,
de plaga em plaga, percorre a terra,
anda sem rumo não tem destino,
tem o sereno como agasalho,
como sapatos tem o orvalho,
essa é a rotina do andarilho.

A face rubra com o calor,
em abundância escorre o suor,
vai ofegante e tão sedento,
os pés cansados da caminhada,
andam ligeiros pelas estradas
e a cabeleira se agita ao vento.

Olhos perdidos na terra imensa,
todos indagam: que é que pensa?
porque é que vive sempre a andar?
Anda sem rumo não tem destino,
não tem um lar é um andarilho,
e sua vida é só caminhar...

Quando ele passa provoca o riso,
dizem zombando: é um sem juízo,
é um demente, perdeu a razão,
outros dotados de caridade,
ao ver a sua infelicidade,
ficam movidos de compaixão.

E vai vagando e nunca para,
às vezes passa ninguém repara,
ninguém pergunta onde quer chegar
e segue a terra percorrendo,
montes subindo, serras descendo,
é o andarilho a caminhar.


(imagem do google)