MORRER INCOMPLETO.
Vou diluindo o tempo
e nele vou me perdendo,
me encontro em tudo
que passei,
e em tudo vou me escrevendo,
sou como tudo que se vê,
não tenho um só ponto a me
refletir,
sou incompleto por inteiro,
com um rio que vive
para arrumar seu leito,
no corpo deste poema quero
refletir minha agonia,
a certeza da incompletude
é meu desafio,
sou perfeccionista demais
para uma só vida,
minha solidão é o único
sinal que existo,
agora mesmo,estou fingindo
de ser a perfeição do poeta,
mas minha caneta me condena,
ela esta além do meu controle,
poem na página o que bem
quer,
a tarde escolta minha inocência,
la fora tudo move, nada caminha
como quero,
distante está a liberdade,
sua realidade é o que me castiga,
sou e não sou liberto,
sou e não sou escravo,
sou uma coisa esquisita
movida a ilusões,
não os reporto o pior de mim,
não sou eu, ninguém é no todo
integral,
somos uma coisa criada
para obedecer regras, e assim
morrer incompleto.