* Rascunhos *
"...Rascunhei com carvão em papel pardo,
Linhas cruzadas que fluíam conforme meus pensamentos.
Linhas contínuas,
Linhas por cima de linhas,
Linhas de um rabiscar ininterrupto.
E abrupto,
É sempre o susto que se leva,
Quando o que não se espera,
Acontece.
Chegando na sutileza de brisa mansa,
Porém devastando como furacão.
E então,
A reação adversa ao costumeiro,
É estagnar-se,
Fazendo de si um cativeiro,
Deixando o olhar perdido na imensidão.
E no vazio,
É engolir o pranto que fere com seus espinhos,
Rasgando,
Machucando,
Ferindo a pele,
Fazendo de decepções vividas seu ninho,
E então,
Sentir por si mesmo, carinho.
É o proteger, e se cuidar.
Para depois,
Na insônia que abate,
Corpo cansado,
Deitar.
Tentar refugiar-se nas respostas que a própria mente cria.
E como bicho acuado,
Lambe as próprias feridas,
Porque sabe,
Que nada além de si mesmo,
Poderá curar...."