Soprano
Soprano és. Alumias a maré.
Sopra o vento. Estribilho reluz.
Mundo coroa teu recital onde
abrigas dulcíssima afinação
de tentáculos.
À guisa de infindável, roubas
no cimo divinal meu receoso
verso tão-somente oferecido
e ínfimo. Soprano evasiva,
recomponhas o que é teu
de direito.
Soprando faças tua cidade
em mim. Iludo-me cerrado
outsider à procura do píer de
viés flamante. Soprano segues
a diretriz operística. Faísca corcel
apaixonado nos teus longos
cabelos que marulham sonhos.
À beça, à beça beijaste pelo
canto que cooptou-me. Sopras
merencórios aplausos. Cantarinas
mechas longas.
Bésame mucho, à beça, à beça.
Soprano passos detêm-me que
não tanjo teu sopro. Canto raro,
voa longe nos palcos soprados
onde és mais estelar e distante.