Soprano

Soprano és. Alumias a maré.

Sopra o vento. Estribilho reluz.

Mundo coroa teu recital onde

abrigas dulcíssima afinação

de tentáculos.

À guisa de infindável, roubas

no cimo divinal meu receoso

verso tão-somente oferecido

e ínfimo. Soprano evasiva,

recomponhas o que é teu

de direito.

Soprando faças tua cidade

em mim. Iludo-me cerrado

outsider à procura do píer de

viés flamante. Soprano segues

a diretriz operística. Faísca corcel

apaixonado nos teus longos

cabelos que marulham sonhos.

À beça, à beça beijaste pelo

canto que cooptou-me. Sopras

merencórios aplausos. Cantarinas

mechas longas.

Bésame mucho, à beça, à beça.

Soprano passos detêm-me que

não tanjo teu sopro. Canto raro,

voa longe nos palcos soprados

onde és mais estelar e distante.

André SS
Enviado por André SS em 10/08/2017
Código do texto: T6079839
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