Do Cheiro de Deus
...deus, você não é real.Partindo dessa sentença,
a ilusão que pensa no poema racional
rumina (um animal remastigando a crença)
toda a fome densa da pura fé pelo sal.
No que creio, é mente (a deusa do grande ego);
pois a ela entrego minhas carências de crente;
eu que, crendo carente (um necessitado cego),
sem a luz, o renego na crença por ser vidente.
A visão acredita!...nisso que enxerga crê;
mas não vendo o porquê nessa cegueira bendita
há em mim...coabita, sem olhos, a fé que vê :
vulcânica chaminé nesse humano jardim
que expelirá (enfim!) do ser, o olor que é.
Diz meu nariz de Tomé : Deus, você é real, sim!
Torre Três.
10-08-2017