A Feira do Alecrim
"Na capital de Natal
No bairro do Alecrim"
Uma feira sem igual
Que nunca vi nada assim.
Gente sai passando mal
De tanto comer aipim
Um prato tradicional
No bar do Benjamim.
Caruaru é a tal
Mas seu reinado tem fim
Mesmo sendo imparcial
Aqui no meu folhetim
Não estou falando mal
Puxando a brasa pra mim
Mas é uma feira normal
Não digo seja ruim.
Vender colchão de casal
Com recheio de capim
Isto é coisa banal
Até em feira chinfrim.
Agora vou ser radical
Gastar todo o meu latim
Vai parecer surreal
Quando disser a que vim.
Na feira do Alecrim
Tem coisa que não tem fim:
Pato, galinha e bacurim,
Bolo, tapioca e quindim,
Jerimum, batata e aipim,
Rosa, cravo e jasmim,
Milho, feijão e gergelim.
Tem pescada, tem surubim,
Velho comendo amendoim,
Menino chupando din-dim,
Moça comendo alfenim,
Tem goma da cor do marfim,
Tem estrume pro jardim
Tem creme pro pixaim,
Tem bomba e tem estopim.
Na feira do Alecrim
Tem coisa que não tem fim.
Tentando homenagear o meu querido bairro do Alecrim, onde passei
quase vinte anos.