O sorriso era singelo e grandioso, como os alvores que antecedem as manhãs. Mas os olhos... ah os olhos... eram voadores ! Olhos em asa ! Brutais até...
Quantas vezes fui ver-te ! Quantas vezes fui à tua morada !
Quantas vezes te odiei por não estares lá pruma prosa ou um café no Chalé da praça. Ou ainda à tardinha, num instante qualquer de silêncio e contemplação.
Ah quantas vezes fui sossegar as minhas raízes nas tuas palavras !
E foi com a alma afundada no peito do teu chão, que deixei de te procurar naquela escrivaninha e nos objetos que deixaste ao tempo àquele quarto de hotel.
Hoje não mais te odeio. Sequer sinto a tua falta...
Não há como sofrer a ausência de alguém que não partiu de dentro de nós.

 







DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 09/08/2017
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