Coeur étrange
Estou cansado de ser eu mesmo
Fingindo me preocupar com o mundo
Que é demasiado grande - tão
Sem grandeza.
Não acredito mais no ser humano.
Quero um gelo queimando meu
Peito, e dizer: não suporto mais
Suas libidos e sexos nojentos.
Vejo verme nos lábios e beleza
No desprender-se de tudo; apagar
A luz e dormir feito um anjo.
Somos usados usamos para não
Chorar na solidão. Há o medo de
Saber que não somos nada; não
Merecemos nada de valioso e alvo.
Como esse desejo voraz entre as
Pernas, a mão suja do lodaçal
Corrompe buquês chorosos, numa lástima
Por serem nossos escravos.
O ser que somos deveria morrer -
Essa seria a maior e bem-sucedida
Atitude a favor da natureza, pobreza,
Justiça, paz e harmonia.
A cândida brisa faz balançar a
Janela escancarada da casa.
Pude ter um pouco de alívio.
Tenho um amor na dor ante
Fortunas e bons empregos – esses,
Que para mim valem menos que
Um grão de areia.
O amor é uma crença que a poesia inventa.
A natureza sempre tem razão.
E o humano talvez tenha uma digna
Atitude de olhar para si mesmo;
Contemplar seu canteiro e ter uma
Ideia do quanto ele é falso.