Coeur étrange

Estou cansado de ser eu mesmo

Fingindo me preocupar com o mundo

Que é demasiado grande - tão

Sem grandeza.

Não acredito mais no ser humano.

Quero um gelo queimando meu

Peito, e dizer: não suporto mais

Suas libidos e sexos nojentos.

Vejo verme nos lábios e beleza

No desprender-se de tudo; apagar

A luz e dormir feito um anjo.

Somos usados usamos para não

Chorar na solidão. Há o medo de

Saber que não somos nada; não

Merecemos nada de valioso e alvo.

Como esse desejo voraz entre as

Pernas, a mão suja do lodaçal

Corrompe buquês chorosos, numa lástima

Por serem nossos escravos.

O ser que somos deveria morrer -

Essa seria a maior e bem-sucedida

Atitude a favor da natureza, pobreza,

Justiça, paz e harmonia.

A cândida brisa faz balançar a

Janela escancarada da casa.

Pude ter um pouco de alívio.

Tenho um amor na dor ante

Fortunas e bons empregos – esses,

Que para mim valem menos que

Um grão de areia.

O amor é uma crença que a poesia inventa.

A natureza sempre tem razão.

E o humano talvez tenha uma digna

Atitude de olhar para si mesmo;

Contemplar seu canteiro e ter uma

Ideia do quanto ele é falso.

André SS
Enviado por André SS em 09/08/2017
Reeditado em 24/10/2019
Código do texto: T6078712
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.