Certos coqueiros

Voltando envolto em asas pra casa tento possuir

Um pedaço que seja da pluma tropical vista antes

De existir por obrigação. Pousar num canto

Do leito abundante que dá uma tragada

Nos poros hediondos; sem memória por

Acharem sem fundamento o que vem atrás.

Ouça bem eu mesmo que lhe digo em algum

Cais perdido na abertura dos riachos! O resto

Que tem em sua volta faz pranto afinado;

Alimenta-te no que for preciso quando seu

Espírito andante enlouquece de beleza.

Pequena criança que faz reluzir seu ouro queimado

Sob tarde glorificada.

Vou louvar isso também, mais o que vier

De cima, donde o peito chegará; ensinar

As fitas bárbaras do dia pungente porque

Desejo que assim seja – leal em mim

E outras vidas.

Servir ao necessitado ramo de flor enfeitando

O almoço cercado de odor embriagado. Mas

Só encontro-me bêbado sobre a madeira pintada

Pela fumaça, poeira cristalizada, sol idoso

(jamais visto meu lindo Deus!) e pés frios

Que esquentam o desatino bondoso como só

Ele!

Camisa de manga comprida alva com pingos

Realmente pequenos em princípio; logo água

Rubra hidratando águas - os campos das terras de francos!

Sempre achando que amanhã terei uma conclusão,

Porém nada fica superior ao não acertar nada!

Só supondo sugestões deslizando.

Banco da praça e que banco solitário sob forma

De belo que imaginei! No local dos coqueiros

Aliviando a dor. Acaricio o banco com

Anéis libertadores; vêm junto de camadas

Escuras arroxeadas; mais tarde finas

Como os anéis.

Coqueiros tropicais que não me assustam

Nem um pouco! Úmidos meus membros;

Osso com fratura exposta mas dessa vez

Sem sangue. Osso salta, cai no chão.

Asfalto na beira da areia. Osso só me serve

De amigo, admirando praia e mais praia.

Uma folha verde me leva pro travesseiro.

O guarda-roupa sem porta mostra

A camisa de manga comprida alva; ela põe

O vermelho nas laterais da casa; põe no meu

Sonhar e termina na boca da minha amada

Ao lado. Viro neve em desatino com um

Sorriso trágico.

Da amplidão, vem ao tapete luz natural

Afrouxando vias respiratórias; o sorriso

De alguém que morre dignamente

Perdido no quadro feito por Deus e

Seus coqueiros largados em praias estrangeiras porque

Ficam nas raízes do interior de grutas

Em harmonia com o vento inútil emudecido.

André SS
Enviado por André SS em 09/08/2017
Código do texto: T6078707
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.