TE ESQUECER , EU TENTO

Te esquecer, eu tento

Mas me sinto como um homem

Que sonha , que grita,

que vibra de esperança!!!

Mas que frustrado, só abraça o vento

Te esquecer, eu tento

Mas me sinto como uma árvore

Frondosa, acolhedora, absoluta, secular

Mas que vê ao longe, lépido e atroz,

o fogo sedento

Te esquecer, eu tento

Mas me sinto como a pétala

Que se desprende da jovem rosa

açoitada pelo vento

Te esquecer, eu tento

Mas me sinto como um sapato

Jogado ao canto do quintal

Sem o seu par, sob a lua da madrugada

Entregue ao gélido relento

Te esquecer, eu tento

Mas ao me lembrar daquele olharzinho dócil

ficar triste, sorumbático, taciturno

Confesso ser capaz de roubar não só os anéis

Mas o piercing ( ranco-lhe da língua ) , as maria–chiquinhas,

roubaria pra você, todo o penduricalho de Saturno

Te esquecer, eu tento

Mas me sinto como águas

Que agora se secam

Mas que outrora:

Eis voraz rebento!

Te esquecer?

Meu bem querer

Olha,

eu bem que tento.

poesiasegirassois.blogspot.com

Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 15/08/2007
Reeditado em 21/12/2009
Código do texto: T607847
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