DE JANEIRO A JANEIRO.

Repousas na cama

macia do meu sonho,

já és minha por

inteiro,

sou teu de janeiro

a janeiro,

como és do mundo

a solidão,

desaba em mim

esse doce abismo,

recolha de mim o melhor,

o pior encoste num

canto,

para quem goste do azar,

porque querida,

o homem é composto

de demônios e santos,

é território escuro

a se desvendar,

descubra a noite em seu

melhor encanto,

e se abasteça de minha

imensidão,

desenhe estrelas em mim,

faça de mim um novo

céu,

por que atrás de tudo

no mundo,

está o desejo de amar,

mas escute, amar não

é fazer isso ou aquilo,

amar é ato tranquilo

bem como o balanço

do mar,

estarás sempre viva,

como água na mina,

prontinha a me saciar,

porque amor nunca acaba,

pode se pensar

ser até um chapéu com abas,

com sombras pra refrescar,

há, me olha neste intervalo,

continuo o mesmo orvalho

que encantou o teu olhar,

agora, abraça-me com

volúpia,

espie meu coração pulsar,

vamos de um mundo a outro,

e assim, após,

descemos e subimos escadas,

deitar, dormir e sonhar.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 08/08/2017
Reeditado em 10/08/2017
Código do texto: T6077913
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