Nina
O que é isso que me prende?
Com suas formas brancas e pegajosas,
Com seus ataques de ardor demoníaco.
Pratos quebrando sobre cabeças;
O jantar na aurora do meu devaneio
Furioso e nu!
No banheiro espirro a selvageria
Entre as rosas que cegam locomotivas
Na dilatação de clarões intensos.
Nina me chama, vestindo seu sorriso;
Derrama a matéria pálida de louvor;
Vai jogando suas asas feéricas;
Tocando a flauta dentro da alcova
De bocas e línguas deslumbradas!
Membros a cantar, janelas explodindo,
Leitos perfurando corpos sedentos.
Entro e vou tecendo a cada instante
A vaga que flui em minha boca,
Planando em volta da veste
Lúdica lavando-se em fogo,
Chapando-se em Magia estonteante.
Irei inclinando, rasteiro, hipnotizado,
Rumo a uma fenda!
Irei enfeitado por seus perfumes,
Rumo a um floral flórido!
Irei incessante com seu lascivo olhar
Inundado de gozo,
Rumo à incorpórea!
Rumo a Nina!