Nina

O que é isso que me prende?

Com suas formas brancas e pegajosas,

Com seus ataques de ardor demoníaco.

Pratos quebrando sobre cabeças;

O jantar na aurora do meu devaneio

Furioso e nu!

No banheiro espirro a selvageria

Entre as rosas que cegam locomotivas

Na dilatação de clarões intensos.

Nina me chama, vestindo seu sorriso;

Derrama a matéria pálida de louvor;

Vai jogando suas asas feéricas;

Tocando a flauta dentro da alcova

De bocas e línguas deslumbradas!

Membros a cantar, janelas explodindo,

Leitos perfurando corpos sedentos.

Entro e vou tecendo a cada instante

A vaga que flui em minha boca,

Planando em volta da veste

Lúdica lavando-se em fogo,

Chapando-se em Magia estonteante.

Irei inclinando, rasteiro, hipnotizado,

Rumo a uma fenda!

Irei enfeitado por seus perfumes,

Rumo a um floral flórido!

Irei incessante com seu lascivo olhar

Inundado de gozo,

Rumo à incorpórea!

Rumo a Nina!

André SS
Enviado por André SS em 08/08/2017
Código do texto: T6077392
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