Sós entre sóis

Tudo de repente não me diz nada,

Tudo que poderia ficar subentendido

Nas margens da histeria que sobre esses

Mil em um deflagra calados objetos sós

Entre sóis.

Calados sem nós percebemos os inescrupulosos

Dentro de jarros, beirando a nossa alquimia.

Só línguas em pescoços fecham os olhos

Rançosos e digitam na fronte verdes mares de

Ventanias luminosas no lume da ânsia,

Retorcendo-nos vigentes e totais.

Raspo os papéis do poeta com doença, que

Rodopiando repetem as dores de quando li

Em mim as linhas de cansaço tão novas,

Contrapondo-se com o cais de inverno

Preguiçoso;

Amanhecido de um ontem bonito demais!

Demais! Demasiado desejado!

Porque onde escreverei quiçá dirá às minhas

Meninas, das ruas e parques (seja o Burle ou o

Eucaliptos que roto inda perfumado irei descansar

De mim mesmo e dos leitos de desespero e medo

Dos "eus", soltos e vagos no luar com as Estrelas

Encobertas pela amplidão fria.

Antes de tudo deixo a água me enlouquecer.

Penso e despenso sobre pavimentos ignorantes,

Derramo mais lágrimas para afogar-me neste

Microcosmo. Fico nos espinhos que me matei e

Me mato.

Sonho mais um pouco, choro mais um pouco

Para continuar afogando-me e queimando-me

Nas linhas cansadas de mim mesmo.

André SS
Enviado por André SS em 07/08/2017
Reeditado em 11/03/2018
Código do texto: T6076612
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.