Recônditos

Moram em celas sombrias

de um coração baldio

remorsos sem fins

angústias

e ressentimentos

de mornos perjúrios

de afrontas

às boas venturas

por entes

carentes de luz...

sós

como sóis poentes

morrem os poetas

por pudores insepultos

e rogam perdão

prum renascimento...

navegam mares de solidões

bradam às verdades

num hermético cubículo

mas dormem em silêncio...

e em cada gota de tempo

rios de prantos

indiferenças

rebuscas em secas...

por eternidades

vão

por trilhos retorcidos

mortos que se arrastam

por céus já descoloridos...

e sós

arfam

brisas sem movimentos

em climas de objeções

nas aversões de prazeres

e desejos ressequidos.