O gatilho

As horas gritam nos ouvidos congelados,

Vamos para essas famílias quebradas

Em avenidas reluzentes e insatisfeitas.

A geada está nos blocos sem mais

Nada de novo que engrandeça as bestas

Caras que conformam-se com o Nada!

O gatilho será apertado na direção

Das janelas que escondem babacas broxas

De paletós lambuzados;

Quando explodir, os papéis vão queimar.

Não sairá do gatilho bala nem medo,

Apenas nossa chutada lança de liberdade

Vestida de beijos gozados e utopias como

Adorno!

E quando a madrugada não cantar mais

E a horas não fizerem mais diferença,

Os malucos jogarão a poesia na poça;

E ela continuará esperando novamente ser

Colocada na frente dos castiçais da

Morte e o seu gatilho ser apertado,

Explodindo tudo que nunca foi sentido,

Ou até mesmo o que foi guardado no baú

Da indiferença humana.

André SS
Enviado por André SS em 06/08/2017
Reeditado em 13/04/2018
Código do texto: T6075716
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