Chora leão!
Prevalece a fome, costelas visíveis
Ultrapassadas pela sombra do
Boneco de neve que fitei no espelho
Circular. Artéria leve sentindo fértil
Verbo de outono pingando
De charme destilado na
Ponta da lâmina de um menino;
Descoberto medo exposto por um período
Querido. Fedelho que teme o que
Imaginou; não adianta pedir calma
Para sua alma; vê deveras um
Pudor fantástico.
Nem pode mais imaginar! Pois
De repente o sexo chega! Não
Só ele – sadomasoquismo feminino...
Quiçá pedirá para Deus (implorando
Feito um cão a caminho da forca)
A beleza que planejou elegantemente!
Violaram seu buraco em lodo!
Um rugir...
Não há perseguidores que tenha
Fitado; brasa morna quando à tarde;
De madrugada faz cicatrizes com
Os dedos glaciais.
E o rugir sem vacilar.
Leão flácido andando ao lado
De uma amada mulher Rosa.
Traz o animal em uma coleira.
O menino fedelho não adormece suas vísceras.
Rosa cala a boca do rei;
Dá o quadro ao selvagem que
Chora sob forma patética...
Chora e chora leão!
Num átimo seu existir vai
Em bandos de corvos numa espécie
De acompanhamento à distância.
Lhe serve tudo isso para
Rezar ante amplidão; rezar para
Adormecerem suas vísceras:
Assim comerão sem sentir a
Dor. Sua dor bela na miséria
Em tuberculose.