Chora leão!

Prevalece a fome, costelas visíveis

Ultrapassadas pela sombra do

Boneco de neve que fitei no espelho

Circular. Artéria leve sentindo fértil

Verbo de outono pingando

De charme destilado na

Ponta da lâmina de um menino;

Descoberto medo exposto por um período

Querido. Fedelho que teme o que

Imaginou; não adianta pedir calma

Para sua alma; vê deveras um

Pudor fantástico.

Nem pode mais imaginar! Pois

De repente o sexo chega! Não

Só ele – sadomasoquismo feminino...

Quiçá pedirá para Deus (implorando

Feito um cão a caminho da forca)

A beleza que planejou elegantemente!

Violaram seu buraco em lodo!

Um rugir...

Não há perseguidores que tenha

Fitado; brasa morna quando à tarde;

De madrugada faz cicatrizes com

Os dedos glaciais.

E o rugir sem vacilar.

Leão flácido andando ao lado

De uma amada mulher Rosa.

Traz o animal em uma coleira.

O menino fedelho não adormece suas vísceras.

Rosa cala a boca do rei;

Dá o quadro ao selvagem que

Chora sob forma patética...

Chora e chora leão!

Num átimo seu existir vai

Em bandos de corvos numa espécie

De acompanhamento à distância.

Lhe serve tudo isso para

Rezar ante amplidão; rezar para

Adormecerem suas vísceras:

Assim comerão sem sentir a

Dor. Sua dor bela na miséria

Em tuberculose.

André SS
Enviado por André SS em 05/08/2017
Código do texto: T6075285
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